Tornar-se Pessoa | Carl R. Rogers
“A habilidade de perceber, de sentir e de compreender a experiência do outro como se fosse a sua, sem perder a distinção entre você e o outro.”
Ler Tornar-se Pessoa é como sentar em silêncio ao lado de alguém que te escuta de verdade, alguém que não te julga, não te corrige, não tenta te moldar. Apenas te olha com curiosidade gentil e diz: "Seja quem você é." Foi assim que me senti ao mergulhar nas palavras de Carl R. Rogers.
O livro não é daqueles que se devoram de uma vez. Ele pede pausa. Pede respiração. É quase terapêutico, e não por acaso: Rogers foi um dos maiores nomes da psicologia humanista e revolucionou o modo de pensar o cuidado com o outro.
Logo nas primeiras páginas, fui arrebatada por uma frase que ressoou fundo em mim:
“Quando olho para o mundo, sou pessimista; mas quando olho para as pessoas, sou otimista.”
Esse olhar esperançoso, quase ingênuo (no melhor dos sentidos), atravessa toda a obra. Rogers acredita que, no fundo, todo ser humano carrega uma tendência natural à autorrealização, à saúde e à autenticidade. E é aí que o título do livro faz todo sentido: tornar-se pessoa não é se tornar alguém novo, mas permitir-se ser quem se é sem máscaras, sem papéis impostos, sem o peso das expectativas externas.
O que mais me tocou:
O capítulo em que ele descreve a importância de uma escuta genuína me fez repensar a forma como me relaciono com os outros. Às vezes, achamos que ouvir é o mesmo que aconselhar ou dar soluções, mas não. Ouvir, de verdade, é estar presente, é criar espaço para o outro existir. Como Rogers diz:
“A experiência me ensinou que o indivíduo tem dentro de si vastos recursos para a auto compreensão e para a modificação de seu autoconceito, de suas atitudes e de seu comportamento.”
Me pergunto: quantas vezes escutei alguém com essa confiança? Quantas vezes me escutei assim?
Um livro que te olha nos olhos
Apesar da linguagem técnica em alguns trechos (afinal, trata-se de uma coletânea de palestras e textos acadêmicos), há uma ternura que permeia o livro inteiro. Rogers não escreve para impressionar; ele escreve para alcançar. Para tocar. Para estar junto.
Ao terminar a leitura, fiquei com a sensação de ter sido acolhida. De ter sido ouvida, mesmo sem ter dito uma palavra. E, principalmente, de ter aprendido a escutar melhor os outros, e a mim mesma.
Conclusão: um caminho gentil de volta para casa
Tornar-se Pessoa não é um livro fácil. Mas é um livro necessário. Um lembrete de que não precisamos ser heróis, nem estar sempre bem, nem nos encaixar. Precisamos apenas, e isso já é tanto, nos permitir ser quem somos em essência. Com medo, com dúvidas, com falhas. E ainda assim, profundamente dignos de amor.
Se você, como eu, anda cansada de performances e anseia por um espaço mais verdadeiro consigo mesma e com os outros, esse livro pode ser um bom começo. Ou um recomeço.
Frase para guardar no coração:
“A curiosa paradoxo é que quando me aceito como sou, então posso mudar.”
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