Header Ads

Uma pausa

 


Quando o tempo cabe dentro de uma xícara.

Se você chegou até aqui, talvez também carregue esse desejo quieto de desacelerar. Talvez também encontre abrigo nas pausas, no cheiro de café, no som de uma tecla, no aconchego das pequenas coisas.

Esta crônica é sobre isso: sobre rituais cotidianos, sobre o tempo que escorre devagar e sobre tudo aquilo que, mesmo sendo simples, sustenta a vida de um jeito bonito.

Talvez você entenda.
Esse desejo de apertar um botão invisível e pausar o mundo — nem que seja só por uns minutos.

Hoje, enquanto o relógio marcava 7:53, percebi que há horas que não são só horas. São convites.

Convites pra sentar.
Pra respirar.
Pra olhar ao redor e lembrar que a vida, às vezes, se esconde justamente aqui — no cheiro quente de uma xícara, na luz que atravessa a cortina, na mesa desordenadamente perfeita que carrega nossos pedaços.

E foi segurando minha xícara que percebi: talvez seja isso.
Talvez segurar uma xícara seja, secretamente, segurar o próprio tempo.

Uma pausa.
Um gole.
Um silêncio que abraça.

E é nesse intervalo que tudo acontece.
O mundo lá fora continua correndo, é verdade.
Mas, aqui dentro, eu escolho demorar.
Escolho deixar o café esfriar um pouco, deixar os pensamentos repousarem, deixar que a vida me alcance — devagar, no seu próprio ritmo.

Porque, no fundo, talvez a felicidade more nisso: em saber que eu posso, sim, pausar.

E que bonito é descobrir que, às vezes, a vida cabe inteira dentro de uma manhã qualquer.


Com carinho,
Débora Favoreto
“Que a vida seja feita de silêncios que abraçam e cafés que aquecem.”


Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.